Engenho de moagem de uma azenha outrora existente no lugar do Escoural
Na região de Ferreira do Zêzere, o sector primário desempenha ainda uma importante função entre os habitantes rurais, que ao longo de várias gerações aprenderam a retirar do cultivo dos campos, do pascido dos animais e da exploração florestal a sua principal fonte de sustento. Consequentemente, o casario tende a concentrar-se nas zonas mais férteis, disseminando-se em torno dos núcleos habitacionais os terrenos reservados a hortas, vinhas, pomares, milheirais e searas.
Como a produtividade dos solos está directamente relacionada com a boa irrigação dos mesmos, facilmente se depreende da necessidade de existência, nessas terras de cultivo, de fontes de abastecimento hídrico, tais como ribeiros, nascentes ou poços, dos quais a água era primitivamente elevada por meio de engenhos manuais [cegonha ou picota], ou por meio da tracção animal [noras].
Deste modo, e sempre que possível, os terrenos agrícolas dispunham-se ao longo dos ribeiros, sendo a água conduzida, através de uma rede de canais, para o sistema de rega. Porém, a subida de caudal do Zêzere, originada pela construção da barragem de Castelo do Bode entre 1940 e 1950, destruiu grande parte do sistema de aproveitamento da água do rio com o recurso a açudes, cujas levadas, para além de suportarem a rega dos terrenos marginais, faziam ainda mover as Azenhas, engenhos hidráulicos utilizados na moagem dos cereais.
Tipologicamente, é possível distinguir entre Azenhas de Rio – movidas por rodas de propulsão inferior e empregues nos ribeiros de caudal mais significativo – e Azenhas de Copos – accionadas por uma roda de propulsão superior, solução que permitia o aproveitamento energético de pequenos cursos de água. São hoje muito raros no Concelho de Ferreira do Zêzere este tipo de engenhos, até porque a grande maioria dos exemplares remanescentes ou foi industrializada ou totalmente abandonada, sem contar com as construções que, edificadas junto das margens do Zêzere, ficaram totalmente submersas a quando da subida do leito do rio.
Não obstante, no lugar do Escoural [Freguesia de Areias], junto da margem esquerda da Ribeira de Ceras, preserva-se uma antiga azenha de rio que, apesar de abandonada, mantém no seu interior o engenho originalmente empregue na moagem do cereal. O curso de água da ribeira, desviado para uma caleira, era conduzido até às pás da roda existente por debaixo da casa da azenha, pelo que, a força motriz assim gerada, fazia trabalhar o engenho de moagem. A construção, em parte arruinada, foi erigida em blocos de pedra calcária, ligados por aparelho de barro, sendo a cobertura em telha vã.
Já no lugar da Ribeira do Brás [Freguesia do Beco], na margem direita da ribeira com o mesmo nome, preserva-se uma azenha de copos, actualmente remodelada. Apesar do primitivo engenho de moagem ter dado lugar a um equipamento eléctrico, a construção mantém a roda de copos, hoje disfuncional, mas que no passado era abastecida por um açude que recolhia a água da ribeira próxima.
Deste modo, e sempre que possível, os terrenos agrícolas dispunham-se ao longo dos ribeiros, sendo a água conduzida, através de uma rede de canais, para o sistema de rega. Porém, a subida de caudal do Zêzere, originada pela construção da barragem de Castelo do Bode entre 1940 e 1950, destruiu grande parte do sistema de aproveitamento da água do rio com o recurso a açudes, cujas levadas, para além de suportarem a rega dos terrenos marginais, faziam ainda mover as Azenhas, engenhos hidráulicos utilizados na moagem dos cereais.
Tipologicamente, é possível distinguir entre Azenhas de Rio – movidas por rodas de propulsão inferior e empregues nos ribeiros de caudal mais significativo – e Azenhas de Copos – accionadas por uma roda de propulsão superior, solução que permitia o aproveitamento energético de pequenos cursos de água. São hoje muito raros no Concelho de Ferreira do Zêzere este tipo de engenhos, até porque a grande maioria dos exemplares remanescentes ou foi industrializada ou totalmente abandonada, sem contar com as construções que, edificadas junto das margens do Zêzere, ficaram totalmente submersas a quando da subida do leito do rio.
Não obstante, no lugar do Escoural [Freguesia de Areias], junto da margem esquerda da Ribeira de Ceras, preserva-se uma antiga azenha de rio que, apesar de abandonada, mantém no seu interior o engenho originalmente empregue na moagem do cereal. O curso de água da ribeira, desviado para uma caleira, era conduzido até às pás da roda existente por debaixo da casa da azenha, pelo que, a força motriz assim gerada, fazia trabalhar o engenho de moagem. A construção, em parte arruinada, foi erigida em blocos de pedra calcária, ligados por aparelho de barro, sendo a cobertura em telha vã.
Já no lugar da Ribeira do Brás [Freguesia do Beco], na margem direita da ribeira com o mesmo nome, preserva-se uma azenha de copos, actualmente remodelada. Apesar do primitivo engenho de moagem ter dado lugar a um equipamento eléctrico, a construção mantém a roda de copos, hoje disfuncional, mas que no passado era abastecida por um açude que recolhia a água da ribeira próxima.
Moinho de vento da Avecasta
Igualmente empregues na moagem do cereal eram os Moinhos, engenhos que se distinguem dos anteriores por serem movidos a vento, localizando-se geralmente em locais ermos e ligeiramente elevados, de forma a melhor aproveitar a energia eólica. No Concelho de Ferreira do Zêzere, preservam-se alguns exemplares deste tipo de engenhos, como é o caso dos moinhos de vento do lugar da Avecasta ou do lugar dos Matos, localizados na Freguesia de Areias.
Estes moinhos, construídos em estruturas giratórias de madeira de planta hexagonal, apresentam como particularidade o facto de poderem rodar em busca do vento, apoiando-se sobre um espigão e duas rodas de madeira, que giram sobre um caminho circular de lajes. De facto, os cinco moinhos de vento da Serra dos Matos, erigidos no cimo de um morro que se isola da paisagem envolvente pela sua maior altitude, são em tudo semelhantes ao moinho da Avecasta, com a excepção de, nestes exemplares, a cobertura se encontrar protegida por meio de uma chapa metálica. O conjunto evidencia sinais preocupantes de degradação, sintoma do estado de abandono a que se encontra votado. O moleiro, que regularmente aí moía o cereal, habitava próximo, numa pequena casa rústica construída no sopé da elevação. No seu ofício não encontrou continuidade...
Estes moinhos, construídos em estruturas giratórias de madeira de planta hexagonal, apresentam como particularidade o facto de poderem rodar em busca do vento, apoiando-se sobre um espigão e duas rodas de madeira, que giram sobre um caminho circular de lajes. De facto, os cinco moinhos de vento da Serra dos Matos, erigidos no cimo de um morro que se isola da paisagem envolvente pela sua maior altitude, são em tudo semelhantes ao moinho da Avecasta, com a excepção de, nestes exemplares, a cobertura se encontrar protegida por meio de uma chapa metálica. O conjunto evidencia sinais preocupantes de degradação, sintoma do estado de abandono a que se encontra votado. O moleiro, que regularmente aí moía o cereal, habitava próximo, numa pequena casa rústica construída no sopé da elevação. No seu ofício não encontrou continuidade...
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