Inicialmente dependente da paróquia de Santa Maria de Areias, a história da freguesia de Chãos remonta ao ano de 1554, data em que é fundada a igreja de São Silvestre, consagrada como matriz do povoado. Mas, para além deste templo, muito outros se vieram a instituir, provavelmente ainda durante a segunda metade do século XVI, e deles nos dá notícia o padre António Carvalho da Costa na sua Corografia Portugueza, já por tantas vezes citada: “A Igreja Parochial, que está no lugar dos Chãos, tem por seu patrono a S. Silvestre, he de huma só nave, com Vigario & Coadjutor, & huma ermida de Santa Barbora; tem os lugares seguintes: Cabeça, com huma ermida de N. Senhora da Conceyção; Ovelheyras, com outra de Santa Catherina; Casal de Santa Eyria; Quebrada, com huma ermida de S. Simão; Cadouso; Almogadel, com huma ermida de Santa Casta, que se mudou para o dito lugar de outra, que chamavão Santa Casta a Velha, que deo o nome ao lugar Avecasta; Cumes, com huma ermida de N. Senhora da Encarnação & outra do Martyr S. Sebastião; Val da Lapa; Talhete; Olival; Jamprestes, com huma ermida de S. Pedro & outra de S. Sebastião; os Pinheyros & Carrascal.”
Sabe-se assim que, por volta de 1712, já existia uma capela consagrada a Santa Bárbara, a qual ainda hoje subsiste no lugar dos Chãos. Trata-se de um pequeno templo de carácter rural, construído de acordo com o traço arquitectónico local, caracterizado pelas suas dimensões modestas e linhas contidas. A planta é rectangular, de espaço interior amplo, recoberto por telhado de duas águas. A frontaria resume-se à entrada, sobrepujada por óculo, erguendo-se sobre a empena um pequeno campanário. O interior caracteriza-se pela sua reduzida luminosidade e despojamento decorativo, dominado por um pequeno nicho central que se rasga na parede fronteira e no qual se preserva a imagem da padroeira.
Apesar de mais ou menos remodelados, os restantes templos locais obedecem a esta mesma tipologia; tal é o exemplo da capela de Santa Catarina, instituída no lugar das Ovelheiras, que se apresenta muito idêntica à anterior, apenas variando na invocação do respectivo orago.
Também no lugar de Almogadel foi reconstruído um pequeno templo consagrado a Santa Casta, no qual foi justaposta a seguinte inscrição: «P.H.L. Rego a deu 1881. Aqui neste local existia uma capela muito antiga foi demolida e novamente reconstruída como está pelos filhos desta terra em 1983 Deus lhes pague. Almogadel 14/8/1983. Oferecida por Manuel M. Fidalgo». Como consequência do trabalho de reconstrução realizado, foram introduzidas algumas modificações no primitivo traçado arquitectónico da capela, nomeadamente ao nível da frontaria, através da aplicação de uma pequena torre sineira acima da entrada principal. Pelo interior, um arco cruzeiro de volta perfeita permite o acesso à capela-mor, complementada por uma improvisada sala de sacristia, e na qual se preserva a imaginária quinhentista referente a São Simão e a Santa Casta.
Igualmente interessante é a capela de Nossa Senhora da Encarnação, instituída no lugar dos Cumes no ano de 1690. Apesar de remodelado no ano de 1994, este templo preserva o primitivo traçado arquitectónico, sendo o interior dominado por um nicho de talhe maneirista esculpido em pedra, que ocupa quase toda a parede fronteira. Aí se preserva Nossa Senhora da Encarnação, reprodução do orago original, bem como uma antiga imagem alusiva a São Sebastião, proveniente da capela instituída no lugar da Cumeada. Dela apenas sobrevivem os muros exteriores, não tendo sido possível resgatar do local o belíssimo nicho esculpido em cantaria que se encontrava na capela-mor.
Também no lugar de Jamprestes se preserva um outro templo dedicado a São Sebastião o qual, de acordo com os relatos orais, terá sido reconstruído à custa das cantarias provenientes da hoje inexistente capela de São Pedro, instituída num morro próximo. Junto à capelinha foi edificado um marco cruzeiro, seguindo-se um lanço de escadas que conduz à entrada do templo, em cuja verga foi inscrita a data de 1774.
O interior é dominado pela capela-mor, espaço delimitado por meio de um arco cruzeiro e no qual foi incorporado um interessante retábulo esculpido em talha policromada, no qual se preservam duas imagens quinhentistas representativas de São Sebastião e de São Pedro (proveniente da capela anterior). Pela lateral sul acede-se a uma reduzida sala de sacristia, na qual existe um belíssimo lavatório quinhentista de cantaria esculpida em alto relevo.
Em pior estado de conservação encontra-se a capelinha de Nossa Senhora da Conceição, instituída no lugar das Cabeças. Dela restam, tão somente, parte dos antigos muros da frontaria e da parede lateral sul, percebendo-se ainda a demarcação do espaço reservado à capela-mor relativamente ao corpo central do templo.
Infelizmente, não nos chegaram notícias da capela consagrada a São Simão, instituída no lugar das Quebradas, apesar de no mesmo povoado existir um templo dedicado a Nossa Senhora de Fátima. Não se sabe se se tratam de duas capelas diferentes ou de um mesmo edifício em que a invocação actual tenha acabado por substituir a anterior. No entanto, é muito provável que o orago original corresponda à imagem quinhentista de São Simão que ainda hoje se preserva na capela de Santa Casta de Almogadel. De facto, apesar de se tratar de um imóvel remodelado, a capela de Nossa Senhora de Fátima deixa adivinhar a sua semelhança com os templos anteriormente analisados, obedecendo ao mesmo esquema arquitectónico local. Edifício de planta longitudinal e nave única, apresenta cobertura em telhado de duas águas, na junção das quais se ergue a cruz de Cristo. Para além da entrada, a fachada principal é constituída por um janelão rasgado em arco de volta perfeita, elevando-se sobre o lado esquerdo da empena um pequeno campanário.
O interior da capelinha apresenta cobertura madeirada em masseira, sendo o acesso à capela-mor realizado por meio de um arco cruzeiro de volta perfeita. Aí, para além da mesa de altar, apenas existem duas imagens alusivas a Nossa Senhora de Fátima e ao Sagrado Coração de Jesus, as quais ladeiam um Cristo Crucificado.
Igualmente interessante é a capela de Nossa Senhora da Encarnação, instituída no lugar dos Cumes no ano de 1690. Apesar de remodelado no ano de 1994, este templo preserva o primitivo traçado arquitectónico, sendo o interior dominado por um nicho de talhe maneirista esculpido em pedra, que ocupa quase toda a parede fronteira. Aí se preserva Nossa Senhora da Encarnação, reprodução do orago original, bem como uma antiga imagem alusiva a São Sebastião, proveniente da capela instituída no lugar da Cumeada. Dela apenas sobrevivem os muros exteriores, não tendo sido possível resgatar do local o belíssimo nicho esculpido em cantaria que se encontrava na capela-mor.
O interior é dominado pela capela-mor, espaço delimitado por meio de um arco cruzeiro e no qual foi incorporado um interessante retábulo esculpido em talha policromada, no qual se preservam duas imagens quinhentistas representativas de São Sebastião e de São Pedro (proveniente da capela anterior). Pela lateral sul acede-se a uma reduzida sala de sacristia, na qual existe um belíssimo lavatório quinhentista de cantaria esculpida em alto relevo.
Em pior estado de conservação encontra-se a capelinha de Nossa Senhora da Conceição, instituída no lugar das Cabeças. Dela restam, tão somente, parte dos antigos muros da frontaria e da parede lateral sul, percebendo-se ainda a demarcação do espaço reservado à capela-mor relativamente ao corpo central do templo.
Infelizmente, não nos chegaram notícias da capela consagrada a São Simão, instituída no lugar das Quebradas, apesar de no mesmo povoado existir um templo dedicado a Nossa Senhora de Fátima. Não se sabe se se tratam de duas capelas diferentes ou de um mesmo edifício em que a invocação actual tenha acabado por substituir a anterior. No entanto, é muito provável que o orago original corresponda à imagem quinhentista de São Simão que ainda hoje se preserva na capela de Santa Casta de Almogadel. De facto, apesar de se tratar de um imóvel remodelado, a capela de Nossa Senhora de Fátima deixa adivinhar a sua semelhança com os templos anteriormente analisados, obedecendo ao mesmo esquema arquitectónico local. Edifício de planta longitudinal e nave única, apresenta cobertura em telhado de duas águas, na junção das quais se ergue a cruz de Cristo. Para além da entrada, a fachada principal é constituída por um janelão rasgado em arco de volta perfeita, elevando-se sobre o lado esquerdo da empena um pequeno campanário.
O interior da capelinha apresenta cobertura madeirada em masseira, sendo o acesso à capela-mor realizado por meio de um arco cruzeiro de volta perfeita. Aí, para além da mesa de altar, apenas existem duas imagens alusivas a Nossa Senhora de Fátima e ao Sagrado Coração de Jesus, as quais ladeiam um Cristo Crucificado.
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